terça-feira, 5 de julho de 2011

Materiais da ASMO

A Baqueta

A baqueta ( ou cajado), se comparada com os outros instrumentos da ARTE, pode
ser considerada, sem sombra de duvida, o mais importante entre eles. Sendo
essencialmente um símbolo fálico, o bastão representa a presença e o poder do
eu criador e da vontade manifesta do magista. O bastão deve assim ser reto e
poderoso, uma figura digna de sua força divina. (Note "E ele regerá as nações
com a vara de ferro" Apc 2,27).
A baqueta representa por extensão o equilíbrio mágico pois corresponde, na
arvore da vida ao pilar do meio, cuja soma é 463 -- consulte para isso o SEPHER
SEPHIROT de A. Crowley. Portanto ela é o caminho que conduz diretamente do
reino a coroa e vice versa. Ou seja através dela é que a energia descerá do céu
até a terra, pelo fio condutor de cobre que a varinha deveria ter segundo a
tradição, como é exposto em algumas clavículas de salomão; o cobre aqui
representaria o amor que une os dois pólos imantados e conduz a energia, pois é
um metal correspondente a Vênus: a amante. além disto, seria desnecessário
dizer que a baqueta é essencialmente dupla assim, tal como a eletricidade tem
nos circuitos seu veiculo de atuação a baqueta seria então este veiculo que
corresponde ao transmissor da ordem do agente para o objeto
Diversos autores poderão lhe dar descrições detalhadas sobre a confecção deste
artefato, se por exemplo, as orientações de Lévi sobre a aquisição da baqueta
forem seguidas, então “esse instrumento deveria confeccionado de um galho
perfeitamente reto da amendoeira ou aveleira, galho este cortado da árvore sem
entalhamento e sem hesitação de um só golpe com uma faca afiada. Isso deve ser
feito antes do nascer do sol e na estação em que a árvore estiver prestes a
florescer. O galho deverá ser submetido a um meticuloso procedimento de
preparação, sendo despojado de suas folhas e brotos, as ascas removidas e as
extremidades aparadas cuidadosamente e os nós aplainados” Segue-se daí mais
diversas instruções que podem ser lidas em Dogma e Ritual de Alta Magia.
Esta forma de aquisição da baqueta, não é a única, mas guarda algo em comum
com todas as outras. É demorada, complicada e desafiadora. No final de contas, o
mais importante é o exercício e desenvolvimento da vontade submetido a uma
forte prova. Nas palavras de Israel Regardie, em A Árvore da Vida:
"O mago que se incomodou a ponto de se levantar duas ou três vezes á meianoite
por seu bastão, negando-se o repouso e sono, terá pelo próprio fato de ter
assim agido, se beneficiado consideravelmente no que diz respeito à vontade".
Ou como Eliphas Leví completou em Dogma e ritual da Alta magia:
“O camponês que cada manhã se levanta às duas ou três horas e caminha para
longe do conforto de sua cama para colher um ramo da mesma planta antes do
nascer do sol, pode realizar inúmeros prodígios simplesmente portando a plana”.
É por isso que uma baqueta comprada ou ganhada de presente não têm qualquer
valor para o adepto. Sendo conquistado a duras penas a baqueta passa a
representar a palavra, o verbo ativo da vontade direcionada. Só tendo a própria
vontade sob controle tem-se controle sobre as vontades alheias e o magista fará
isso através da sua baqueta.
Não é a baqueta que deve controlar o mago, mas o contrário. Também não é
aconselhável que se perca tempo com brincadeiras inúteis ou com fantasias estilo
ocus pocus porque a baqueta, assim como a vontade do operador deve ser
considerada no mais absoluto respeito uma vez que é um instrumento de criação,
fruto de sua mais forte vontade. Tal como um homem castrado, o magus sem a
baqueta nada pode fazer senão destruir.
Por sua importância e valor a tradição sempre defendeu que a baqueta deveria ser
a medida de todo o templo. Como está escrito: “Foi me dada uma vara como
régua com as palavras: "Eleva-te e mede o templo de Deus, o altar e aqueles que
nele adoram.” [Apc 11,1]. Ela deveria, portanto, ser do tamanho do antebraço, do
palmo ou da pegada do magista e a partir desta medida básica seriam feitos o
altar e dispostos os demais instrumentos ao redor do mesmo.
Mas todos estes detalhes técnicos só estão aqui colocados com o fito único de
expor de maneira sucinta a proporção da importância deste instrumento e o poder
que ele representa dentro do circulo. E assim o magista poderá conhecer a arte da
baqueta com a qual fará as invocações e comandará os espíritos conforme o
maestro rege sua orquestra.
 
O Círculo Mágico
 
O LEMEGETON nos trás O circulo em sua forma tradicional como utilizado na
Teurgia Qabalistica desde os primórdios do velho aeon. (ver figura no início do
tomo já com as cores corretas). Este é rodeado de quatro pentagramas (contendo
o tetragramaton), nos quais em cada um uma vela irá arder durante o ritual.
Embora seja dito que o circulo deva ter o diâmetro de 9 pés [2,97m], a verdade é
que muitas pessoas simplesmente não dispõem de um espaço grande os
suficiente para seus rituais. O tamanho só é importante no tocante de ter-se
liberdade o suficiente de movimentação.
A serpente enroscada só é mostrada em alguns casos, os nomes hebraicos na
maioria das vezes são simplesmente escritos em forma espiralada entre os dois
círculos. Devemos lembrar que, ao contrario do português, o Hebraico e sempre
da direita para esquerda. Estes nomes são os nomes divinos ou de Anjos e
Arcanjos identificados pelos cabalistas como pertencentes a cada uma das nove
primeiras Sephiroth ou emanações divinas. As pequenas cruzes de Malta são
usadas para marcar separação. A Tradução para o português corrente começando
da cabeça da serpente é:
• Ehyeh Kether Metatron Chaioth Ha-Qadehs Rashith Ha-Galgalim
• lah Chokmah Ratziel Auphanim Masloth
• Iehovah Eolhim Binah Tzaphquiel Aralim Shabbathai
• El Chesed Tzadquiel Chaschmalim Tzedeq
• Elohim Gibor Geburah Kamael Seraphim Madim
• Iehovah Eloah Va-Daath Tiphereth Raphael Malakim Shemesh
• Iehovah Tzabaoth Netzach Haniel Elohim Nogah
• Elohim Tzabaoth Hod Michael Beni Elohim Kokav
• Shaddai El Chai lesod Gabriel Cherubim Levanah
Que fique claro ara o adepto que estes mesmos nomes não constituem um dogma
imutável. pode-se escolher livremente um ou vários nomes com os quais o
Magista tenha especial afeição, desde que as cores respectivas e o simbolismo
básico no que se refere à distribuição destes nomes no circulo sejam
convenientemente respeitados. É de se esperar que os Magistas percebam logo
que os nomes divinos na invocação, aqueles utilizados para submeter as
entidades não é outro senão o próprio Magista. "Não há deus senão o homem"
Liber AL.
De fato, dentro do circulo o magista é Deus Absoluto e único é o espírito que
ordena os quatro elementos designados em cada quadratura. O circulo é usado
para afirmar e caracterizar a natureza da obra a ser executada e é por excelência
o campo de atuação da vontade do magista.
Ora, se o mago é o elemento principal, o espírito, nada mais adequado que ele
seja identificado com o principio, e portanto o portador do verbo. Sem o espírito
toda a matéria seria um caos desordenado e estéril, posto que é o espírito que
dirige e organiza os elementos no ato de creação (ou criação, com o queira).
O circulo é portanto apenas uma representação simbólica do universo, ao traçar o
circulo, o adepto traça o seu espaço infinito, dentro do próprio infinito, o todo
dentro de tudo em sua manifestação mais obvia. Sendo infinito fica claro o porque
da figura ser um circulo e não um triângulo ou um quadrado; afinal, muito embora
o circulo se identifique de modo bastante explicito com estes polígonos como é do
conhecimento dos Adeptos mais avançados e experientes, “No circulo de
atuação”, como nos lembra Eliphas Lévi, “o Mago cria aquilo que afirma.”
O que ele afirma nos limites do seu circulo esta automaticamente manifesto. O
Magista é aquele que diz e é feito. A palavra ABRAHADABRA [eu crio enquanto
eu falo] é um exemplo tanto desta doutrina como do que é feito em qualquer
trabalho mágico.

O Triângulo
Esta é a forma do triangulo usado para comandar os espíritos goéticos. Deve ser
feito com 2 pés [66cm] de distância do círculo mágico e tem 99cm de diâmetro
(ver figura acima). Da mesma forma que o circulo, o triangulo pode ser feito com
giz ou fita adesiva. Alguns magistas se acostumaram a usar uma folha grande de
papel cartão preto com os nomes em dourado. O triangulo deveria estar sempre
apontado para a direção a qual pertence o espírito invocado e a base do triângulo
fica de qualquer forma sempre para o lado do circulo.
O triângulo é, em si mesmo um símbolo filosófico perfeito de manifestação.
Representando as primeiras manifestações cósmicas ou as três Sephiroth maiores
dos mundos superiores, o tangível daquilo que anteriormente era pensamento,
invisível e metafísico. Tal como a primeira tríade representa a primeira
manifestação completa do círculo de Ain Sofh, do mesmo modo em Goétia, o
triangulo é responsável pelo manifestar-se dos poderes que estavam até então
ocultos para os olhos vulgares. Do círculo da consciência, que é o universo do
mago, uma idéia partitiva e especial é convocada à manifestação no interior do
triângulo.
 
Hexagrama Asmótico de Shlomo
Eis o Hexagrama Salomônico, o qual deve ser confeccionado com pergaminho
preparado com a pele de uma vitela e usado sobre a saia de vosso robe branco e
coberto com o pano de linho branco e será mostrado ao espírito quando este se
manifestar, compelindo-o a tomar forma real e tornar-se dócil.
Um Hexagrama é uma estrela de seis pontas. Formada por dois triângulos
sobrepostos. A interpretação tradicional vê nele um triângulo feminino, “aquoso” (
orientado para baixo ) e um masculino “ígneo” (orientado para cima). Representam
o universo dualístico em perfeita harmonia. Basicamente o sistema Goétia
estabelece que quando o Hexagrama é mostrado para o espírito este irá obedecer
seu possuidor. O Hexagrama deve ser mantido coberto até o espírito ser
invocado. A Tradição diz que o hexagrama deverá ser mantido sob as vestes
cerimoniais até o momento de comandar o espírito, mas pode alternativamente ser
colocado de frente para o triangulo e coberto com um pano. Obviamente ele não
tem que ser feito necessariamente de pergaminho, podendo ser desenhado
inclusive em sulfite e papel cartão.
 
Pentagrama Asmótico de Shlomo
Esta é a forma do Pentagrama de Shlomo, usado para proteger o conjurador e dar
poder sobre o espírito. Os magos medievais o construíam de uma liga de ouro e
prata, e o carregavam sobre o peito. Mas o medalhão pode se feito sem
problemas com os discos de metal que podem ser comprados em ateliês e lojas
de arte. O comum é ter-se um novo pentagrama a cada evocação uma vez que o
selo do espírito deverá ser gravado nas costas do medalhão.

O Disco Asmótico de Shlomo

Esta é a forma do anel ou disco de Shlomo. Deve ser de prata ou ouro e usado
diante da face do magista para preservá-lo das emanações sulforosas
provenientes da respiração fétida flamejante dos espíritos infernais. Em termos
práticos é um artefato de proteção usado somente em situações emergenciais. Se
por algum motivo a situação sair fora de controle, possuir o anel ou o disco de
shlomo será uma garantia de sua segurança. Raramente usado o disco é mais
mantido com o conjurador durante o ritual por motives de precaução. A maioria
das joalherias de hoje possuem serviços de gravação que poderá ser útil na
criação tanto deste como de outros acessórios.

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